MOÇÃO DE REPÚDIO
As hierarquias sociais erguidas ao longo da formação
histórica da sociabilidade brasileira não deixam, persistentemente, de
demonstrar a quem servem. Entretanto, há momentos, vários e recorrentes, nos
quais, essa característica transborda seus frágeis e porosos limites
tornando-se ainda mais evidente.
Em pleno século XXI, na era da modernidade
capitalista e do avanço tecnológico civilizacional, deparamos com a notícia do
violento e cruel assassinato do ser humano pobre, negro e africano, o
trabalhador imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe.
Diante de fato tão brutal, a Casa da Amizade
Brasil-Cuba no Estado do Ceará vem a público manifestar seu total e veemente
repúdio ao acontecido que demonstra de forma cristalina o nível a que pode
chegar o rebaixamento das relações sociais impostas ao povo em geral e, em
especial, ao negro.
Assim, o fato em si e suas circunstâncias explicitam
o marcado e recorrente traço vil da herança da escravidão colonial como
elemento formador da consciência coletiva nacional, dominada, ainda hoje, pela
ideologia escravocrata do opressor "senhor de engenho" com influência
direta na maneira como são vistos e tratados os trabalhadores e, ainda mais
profundamente, o povo preto, pobre e periférico.
Dessa maneira, não poderíamos deixar passar o
trágico episódio de violência gratuita sem condenar enfaticamente o assassinato
de Moïse, um negro trabalhador vitimado pelo contumaz racismo estrutural que
deu causa direta a sua morte dentro do quadro geral engendrado pela classe
dominante brasileira de imposição da exploração e de opressões as mais diversas
para o bem de seus ávidos lucros capitalistas.
NÃO AO RACISMO. NÃO À XENOFOBIA!
CASA DA AMIZADE BRASIL-CUBA/CE.
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